quinta-feira, 12 de maio de 2016

As formigas carnivoras do vale do catimbau.

NOME CIENTÍFICO :DINIPONERA LUCIDA NOME POPULAR :FORMIGA-GIGANTE Na mata Atlântica, vive uma formiga muito maior do que as que costumamos ver na cidades: a Diniponera Lucida, também conecida como formiga-gigante.Enquanto as formigas urbanas medem, no máximo, 15 milímetros, essa espécie- que existe apenas no Brasil-pode chegar a quatro centímetros de comprimento. Por conta do tamanho avantajado da formiga-gigante, há pessoas que têm medo desse inseto.Mas não há razão para isso. Afinal, essa espécie so pica quem mexe com ela. A picada é dolorosa ! há quem diga que a dor pode durar até 11 horas e causar febre, porem os pesquisadores ainda não comprovaram que isso realmente ocorra. 
As formigas-gigantes alimentam-se, principalmente, de insetos mortos ou maribundos, além de outros invertebrados, como pequenos caracóis. Podem, também, comer pequenos vertebrados mortos, como rãs, ou partes deles, como caudas de lagartos. Elas também já foram vistas transportando escamas de serpentes, o que indica que esse pode ser outro elemento presente em sua alimentação. Por comerem animais mortos, as formigas-gigantes, assim como outras formigas, desempenham um papel muito importante na natureza. Isso porque o alimento ingerido por elas é eliminado em tamanho menor em suas fezes, facilitando o trabalho dos microrganismos que irão decompô-lo e misturá-lo ao solo.

Com isso, os nutrientes que estavam presentes no alimento ingerido pela formiga voltam a estar disponiveis no ambiente, podendo ser absorvidos, por exemplo, pelas plantas. Apesar de contribuir para que esse fenômeno tão importante ocorra, a formiga-gigante, como muitas outras espécies que existem apenas na Mata Atlântica e caatinga, está ameaçada de extinção. E por quê ? Por causa da destruição de seu hábitat. A Mata Atlântica vem sendo substituida por pastagens, plantações de eucaliptos e diversas outras culturas, e os animais que dependem da mata estão perdendo suas moradas, ficando isolados nas pequenas áreas de florestas que ainda resistem. Esse isolamento é prejudicial para a maioria das espécies, mas para a formiga-gigante ainda é pior, por conta da maneira como esse inseto se reproduz. 

Em geral, a reprodução das formigas é feita por um macho e uma fêmea que voam,sendo que a fêmea, apos a fecundação, torna-se a rainha do formigueiro. Com a formiga-gigante,porém, a situação é diferente: a fêmea reprodutora não é uma rainha, mas uma opéraria que disputa com as outras operárias do seu ninho a chance de ser a fêmea reprodutora . Como as operáriasnão têm asas, a formiga-gigante que se tornar a fêmea reprodutora será capas de percorrer, antes ou depois da fecundação, uma distância muito menor da que qualquer rainha de outra espécie poderia completar. E sabe qual o resultado pratico disso ? As colônias das formigas-gigantes ficam muito próximas umas das outras. Afinal, a fêmea reprodutora acaba sendo fecundada pelos machos nas proximidades de seu ninho de origem e funda uma nova colônia também perto dele. O problema é que isso faz com que as colônias de uma certa área sejam aparentadas. 

Talves você já tenha ouvido falar que primos não devem se casar porque os podem nascer com problemas de saúde. Pois algo parecido ocorre com as formigas-gigantes quando estão em uma área muito pequena e isolada: indivíduos aparentados se reproduzem proporcionando o surgimento de doenças genéticas. Isso leva ao surgimento de populações fragéis isoladas nos fragmentos de florestas. Uma das soluções para animais como as formigas-gigantes, que estão ameaçadas de extinção na Mata Atlântica por conta do isolamento, é a criação de corredores ecológicos, que conectam as áreas de florestas permitindo que os animais passem de um fragmento para outro. Tomando medidas desse tipo, estaremos contribuindo para que esse tipo de floresta continue habitado por bichos tão curiosos como essas formigas, que atraem a atenção por seu tamanho. 

FONTE:CIENCIAS HOJE RAMON AMBIENTAL